segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Quatro pontos brancos



No dia em que apresentou o livro em Lisboa, no CCB, o autor referia-se, a certa altura, à grave doença que o atormentou entre fins de 2007 e início de 2008.

Numa das piores fases da doença lembra-se de te visto quatro pontos brancos. Não, não eram pontos de luz, apenas pontos brancos, quatro pontos brancos em forma de um quadrilátero irregular. Coloca as mãos à sua frente, a cerca de 20 a 30 centímetros uma da outra, com o indicador e o polegar apontando a audiência e formando os contornos da letra ‘C’, os polegares por baixo e os indicadores em cima, com a distância entre os polegares maior que a distância entre os indicadores, formando, com as pontas daqueles quatro dedos, uma réplica do tal quadrilátero irregular.

“Não sei porquê, nem qual o significado, mas soube que era eu naqueles quatro pontos.” Não terão sido estas, exactamente, as palavras utilizadas pelo autor, que a memória já muitas vezes me atraiçoa, mas foi esta a ideia transmitida. Quatro pontos brancos…

Na dedicatória do livro pode ler-se “A Pilar, que não deixou que eu morresse”. Obrigado Pilar!

1 comentário:

Fenix disse...
Este comentário foi removido pelo autor.