Diz o povo que “De promessas está o inferno cheio”. Maneira de dizer que o que realmente conta são as acções e não as promessas. E digo isto porque aqui ficou prometido, há já vários meses, um regresso que não tenho conseguido concretizar.
Não venho aqui hoje para cumprir a promessa, nem vou insistir no erro de a renovar. Venho apenas usar este cantinho para o Prazer de Opinar sobre um comentário que um representante português no Parlamento Europeu fez em relação às recentes declarações de José Saramago.
Aqui fica uma cópia da mensagem que deixei ao autor do referido comentário:
Senhor Deputado Mário David, a propósito do seu artigo onde toma posição a respeito das recentes declarações de José Saramago, não posso deixar de manifestar a minha opinião em relação ao que nele escreveu.
Independentemente de se concordar, ou não, com o que disse, Saramago fez uso do seu legítimo direito de cidadania, de liberdade de expressão e de liberdade religiosa, direitos inequivocamente consagrados na Constituição Portuguesa.
Orgulho-me de ter no meu País pessoas que não se inibem de manifestar a sua opinião, ou de dizerem em voz alta aquilo que consideram estar mal. Envergonha-me que um político, meu representante no Parlamento Europeu, manifeste publicamente, ainda que a título pessoal, um tão grande desrespeito pelas mais elementares regras da democracia do País que representa.
Se na classe política houvesse tanta seriedade e tanta coerência de princípios como aqueles que José Saramago tem manifestado, o Senhor Deputado Mário David apresentaria a sua demissão e renunciaria ao seu mandato no Parlamento Europeu.
E já agora, se não está satisfeito com as liberdades que este País concede aos seus cidadãos, o Senhor Mário David, que não merece o título de Deputado, pode fazer-nos a todos o favor de renunciar à Nacionalidade Portuguesa.
É tempo de dar um fim a esta ausência. Uma ausência que começou forçada, pela falta de tempo e pelo cansaço provocados por um pico anormal de trabalho, mas que continuou consentida, empurrada pela nova rotina dos dias e pela inércia de retomar hábitos antigos.
Aqui voltarei para continuar a dar conta dos meus pequenos prazeres... Ali voltarei para continuar a dar voz ao meu prazer de escrever... Por ai voltarei para alimentar o prazer da leitura...
É tempo de o nosso mundo se encher destes pequenos mundos que se abrem ao mundo;
Costumam chamar-lhe centopeia, mas não está correcto, pois embora não seja fácil contar o número exacto de pernas, não é difícil perceber que esse número está muito longe das cem.
Completa-se hoje mais uma volta no carrossel. Mais uma volta de vida vivida e uma volta mais perto do fim das voltas...
Hoje é um dia especial para mim. Não demasiado especial, que estas questões de calendário são apenas meras convenções às quais não devemos atribuir importância em demasia. Mas, ainda assim, é um dia especial, por isso coloco aqui as fotos de duas pessoas que são, também, muito especiais.
Longe de ser mais especial ou mais importante que o irmão, foi a chegada (não planeada) da Mariana que verdadeiramente me fez crescer, muito mais que a pontual sucessão dos então vinte e seis aniversários, e que hoje, mais uma vez pontualmente, se cumpre pela quadragésima quarta vez.
Mas, apesar deste Prazer de Envelhecer, ficou por cá ainda muito de criança, profundamente enraizado. Há mesmo quem diga que ficou demasiado de criança, mas ainda bem, pois é nesses momentos que me sinto mais feliz.
A Mariana, agora com dezassete anos, num registo de Junho de 2002, na altura quase a fazer onze anos:
O Tomás, agora com doze anos, num registo de Março de 2002, na altura com pouco mais de cinco anos:
